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Brasil vai ganhar centro pioneiro de treinamento em cirurgia robótica
Um novo capítulo da cirurgia robótica na América Latina será apresentado no próximo dia 6 de dezembro, durante o Meeting The Experts 2, no Hospital Mater Dei Salvador. Trata-se do Instituto de Anatomia Robótica e Treinamento (IART), um dos primeiros centros do continente dedicados exclusivamente ao treinamento em cadáver para capacitação robótica — etapa considerada essencial para formar cirurgiões em procedimentos de alta complexidade.
Fruto de uma parceria entre a Hospcom (responsável pela plataforma robótica Toumai, da MicroPort), o Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR) e o ITC Salvador, o IART nasce com investimento estimado em R$ 10 milhões e com a proposta de democratizar a formação em cirurgia robótica no Brasil.
O centro utilizará a plataforma Toumai, que chegou recentemente ao mercado brasileiro como a primeira concorrente direta da hegemonia do sistema Da Vinci. A tecnologia, de arquitetura semelhante, permitirá a capacitação aplicável a diferentes plataformas robóticas, ampliando a transferência de habilidades e a empregabilidade dos cirurgiões.
Coordenador médico do projeto e chefe do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital Mater Dei Salvador, o urologista Nilo Jorge Leão destaca o impacto estratégico da iniciativa: “Estamos estruturando um centro que coloca o Brasil no mapa dos grandes polos mundiais de treinamento robótico. O acesso ao treino em cadáver qualifica a curva de aprendizado e prepara profissionais de várias especialidades para atuar com segurança em tecnologias avançadas”.
Com início das atividades previsto para fevereiro de 2026, o IART oferecerá cursos para urologistas, cirurgiões gerais, ginecologistas, coloproctologistas e outras especialidades. O objetivo é reduzir uma lacuna ainda significativa: hoje, menos de 5% dos cirurgiões brasileiros estão habilitados a operar plataformas robóticas.
O Meeting The Experts 2 reunirá experts do Brasil, Europa e Estados Unidos, com seis cirurgias ao vivo e participação de urologistas que são referências internacionais como Richard Gaston (França), Alexander Haese (Alemanha), Rene Sotello (EUA), Sandro Faria e Nilo Jorge Leão (Brasil).
Por Cinthya Brandão
