
Foto: Divulgação
Poemas que voam: livro inspirado em Portinari homenageia a infância brasileira
Em As Pipas de Portinari, literatura e arte se entrelaçam para transformar memórias e imagens em poesia. Organizado por Fernanda Martins de Souza Emediato e Leo Cunha, o livro apresenta um verdadeiro voo poético: dez autores de diferentes regiões do Brasil criam poemas inspirados nas obras de Candido Portinari, mestre das cores e das infâncias brasileiras. Com uma linguagem afetiva, a publicação convida leitores de todas as idades a experimentar a poesia como forma de brincar, lembrar e imaginar.
O lançamento apresenta uma diversidade de estilos poéticos: há cordel, haicai, soneto, parlenda, limerique, décima, quadrinha, adivinha, verso livre e poema visual, que brinca com a disposição das palavras na página. Cada forma foi escolhida em diálogo com uma produção artística de Portinari, em uma proposta estética que une imagem e palavra.
A pipa é uma conversa com o divino,
Na louvação que sai do carretel
E pinta, no formato de pincel,
Um novo firmamento clandestino.
A terra é seca, sim. E acima dela
De forma tão ousada e tão singela
A pipa traz consigo uma esperança (As Pipas de Portinari, p. 15)
Entre os destaques, o cordel de João Bosco Bezerra Bonfim narra as aventuras do menino Candinho e seu galo, que sonha em voar como pipa. A parlenda de Fernanda Emediato brinca com a contagem e o movimento, como se fosse uma cantiga de roda. No haicai de Sônia Barros, o olhar do menino “prepara o voo da pipa”, e, no verso livre de Roseana Murray, o brinquedo se torna asa de menino, rompendo a gravidade com leveza. Também estão presentes o limerique de Leo Cunha, o soneto de Henrique Rodrigues, um poema visual de José Carlos Aragão, uma décima de Marco Haurélio, uma quadrinha de Cintia Barreto e uma divertida adivinha de Dilan Camargo.
As Pipas de Portinari nasceu de um encontro afetivo. “A ideia surgiu após uma visita à exposição de Portinari com meu filho, que na época tinha 5 anos”, conta a organizadora e editora, Fernanda Emediato. “Nas telas cheias de pipas, crianças e espantalhos nasceu o desejo de unir duas linguagens que amo: a literatura e as artes visuais”, completa. A publicação também inclui uma emocionante carta de João Candido Portinari, filho do pintor, reforçando o vínculo entre memória e infância.
A obra se destaca por seu caráter multiforme e educativo. Com edição em capa dura e projeto gráfico que valoriza cada página como se fosse uma obra visual, o livro oferece um QR code com conteúdos extras: audiolivro com descrição de imagens, vídeo dos poemas em Libras, guia de leitura para educadores, caderno de atividades e videoaula sobre Portinari. Ideal para uso em escolas, bibliotecas e projetos culturais, a publicação é um convite para sonhar com os pés no chão e os olhos no céu.
O projeto conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Programa de Ação Cultural (ProAC – Editais 2024); da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura; e da Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91), via incentivo fiscal.
FICHA TÉCNICA
Título: As Pipas de Portinari
Autores: Cintia Barreto, Dilan Camargo, Fernanda Emediato, Henrique Rodrigues, João Bosco Bezerra Bonfim, José Carlos Aragão, Leo Cunha, Marco Haurélio, Roseana Murray e Sônia Barros
Organizadores: Fernanda Emediato e Leo Cunha
Editora: Tróia Editora
ISBN: ?978-65-85972-14-7
Páginas: 48
Preço: R$49,90
Onde comprar: Amazon
Sobre a idealizadora do projeto: Fernanda Emediato é editora, escritora, consultora editorial e produtora cultural. Fundadora da Troia Editora e dos selos Troinha e Asas Editora, atua na publicação de obras infantis, infantojuvenis e teatrais. Fernanda iniciou sua trajetória no mercado editorial ainda na adolescência, trabalhando em diferentes áreas da editora de seu pai, Luiz Fernando Emediato. Desde então, vem construindo uma carreira marcada pelo compromisso com a literatura de impacto social. Suas obras A Menina Sem Cor e O Morcego sem Asas foram premiadas pelo ProAC e selecionadas pelo PNLD Literário. Publicou o primeiro livro aos 9 anos e já tem mais de 30 títulos lançados no Brasil e no exterior. Ela ainda é a responsável pela idealização e organização de As Pipas de Portinari.
Por Bárbara Fernandes Correa