
ICM ajuda municípios a fortalecer a prevenção e gestão de desastres (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)
Gestão de desastres: entenda como funciona o Indicador de Capacidade Municipal (ICM)
Em um país marcado por sua amplitude e
diversidade territorial e climática, estar preparado para enfrentar
desastres é uma necessidade crescente. Com o objetivo de ajudar os
municípios brasileiros a avaliar e aprimorar sua estrutura para a gestão
de riscos e desastres, o Governo Federal, por meio do Ministério da
Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), criou o Indicador de
Capacidade Municipal (ICM).
Coordenado pela Secretaria Nacional de
Proteção e Defesa Civil (Sedec), o ICM é uma ferramenta estratégica que
permite diagnosticar o grau de preparo dos municípios brasileiros
diante de situações de risco, como chuvas intensas, secas e outros
eventos extremos. A partir de uma metodologia clara e objetiva, o
indicador oferece um retrato da capacidade institucional local para
prevenir, mitigar, preparar, responder e se recuperar de desastres.
“O ICM permite que os gestores
municipais conheçam com mais profundidade suas estruturas e capacidades
para a atuação em proteção e defesa civil e planejem ações e medidas
mais eficazes. É um instrumento que fortalece a cultura da prevenção e
qualifica a destinação e uso dos recursos públicos disponíveis”, explica
a diretora do Departamento de Articulação e Gestão da Sedec, Juliana
Moretti.
Como o ICM funciona?
O ICM avalia 20 variáveis organizadas em três grandes dimensões:
1. Instrumentos de Planejamento e Gestão
Analisa a existência e a qualidade de
ferramentas formais de planejamento. Esses instrumentos são fundamentais
para que os municípios possam agir com eficiência antes, durante e
depois de eventos adversos. Entre eles:
? Plano Plurianual Municipal
? Plano de Contingência;
? Plano Municipal de Redução de Riscos;
? Mapeamento de áreas de risco;
? Base de dados de desastres ocorridos no município.
2. Coordenação Intersetorial e Capacidades
Avalia aspectos ligados à articulação
entre diferentes áreas da administração municipal, como saúde,
assistência social, obras e meio ambiente. Também considera a existência
de:
? Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil estruturada;
? Equipes capacitadas;
? Parcerias institucionais para resposta a desastres.
3. Políticas, Programas e Ações
Observa iniciativas práticas implementadas pelo município em áreas como:
? Educação para prevenção de riscos e desastres;
? Ações regulares de vistoria em áreas vulneráveis;
? Protocolos de atuação conjunta em Proteção e Defesa Civil;
? Sistema municipal de monitoramento e alerta antecipado;
? Participação em programas federais de gestão de riscos e desastres.
Como os municípios são classificados?
A pontuação obtida em cada uma das dimensões resulta em uma classificação geral de capacidades, dividida em quatro faixas:
? A (Alta)
? B (Intermediária avançada)
? C (Intermediária inicial)
? D (Inicial)
Essa classificação considera o número
de variáveis implementadas pelo município. Além disto, os municípios são
agrupados em categorias que consideram, além de suas populações totais,
o perfil de risco ao qual estão vulneráveis.
Os resultados do ICM são uma base
importante para definir políticas públicas, direcionar investimentos e
priorizar o atendimento do Governo Federal em emergências.
Uma ferramenta a serviço da prevenção
A adesão ao ICM é voluntária, mas
altamente recomendada. O preenchimento do questionário deve ser feito
pelo agente municipal de proteção e defesa civil, garantindo a precisão
nas respostas. A coleta de dados é realizada anualmente, com uma medição
parcial no meio do ano e outra completa no início do ano seguinte.
“Queremos incentivar os municípios a
olharem para dentro de suas estruturas, reconhecerem seus avanços e
também os pontos que precisam ser fortalecidos. O ICM é uma oportunidade
de crescimento institucional e de maior proteção para a população”,
reforça Moretti
Além de apoiar os gestores locais, o indicador também auxilia o Governo Federal na formulação de ações mais eficazes e na identificação de vulnerabilidades em todo o país, promovendo maior cooperação entre os Sistemas Federal, Estaduais/Distrital e Municipais.