
Fiscalização acontece com imagens de satélite e ações locais - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Agricultores que conservaram a floresta começam a receber R$ 2,2 milhões do Projeto Floresta+ Amazônia
O Governo Federal, por meio do Ministério do
Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), iniciou, nesta semana, o
pagamento dos incentivos financeiros a 217 agricultores e agricultoras.
Eles se inscreveram na chamada pública de pagamentos por serviços
ambientais (PSA) do Projeto Floresta+ Amazônia por conservarem a
floresta em seus imóveis rurais. A iniciativa repassa, no primeiro lote,
o montante de R$ 2,2 milhões.
O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa piloto implementada
em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF), com recursos
oriundos de resultados obtidos pelo Brasil na Redução de Emissões de
Gases de Efeito Estufa decorrentes do Desmatamento e da Degradação
florestal (REDD+).
Os beneficiados são agricultores e
agricultoras familiares que detêm área de até quatro módulos fiscais e
foram elegíveis para receber a primeira parcela do pagamento como
provedores de serviços ambientais. Os valores variam entre R$ 1,5 mil e
R$ 28 mil, dependendo do tamanho, localização do imóvel rural e da área
de vegetação nativa preservada. São quase 12 mil hectares de floresta
conservada.
Este primeiro lote de pagamentos é destinado a provedores de
serviços ambientais que estavam inscritos até janeiro de 2025. Novos
lotes de pagamentos estão previstos para os próximos meses considerando
novas adesões, que podem ser feitas em fluxo contínuo até dezembro deste
ano, por meio do site do projeto ou durante os mutirões presenciais.
Com esse primeiro lote de pagamentos, o
Floresta+ avança em um dos seus principais objetivos: apoiar
agricultores e agricultoras familiares, proprietários e proprietárias ou
possuidores e possuidoras de pequenos imóveis rurais na Amazônia Legal.
Por meio de incentivos econômicos, eles são incentivados a se engajarem
em frentes estratégicas de conservação da floresta, mantendo o que se
chama de remanescentes de vegetação nativa. Por esse motivo, os
beneficiários do projeto são chamados de “provedores de serviços
ambientais”.
PRODUZIR E CONSERVAR
O recurso beneficia agricultores como a jovem Rayana Xavier Pantoja, de
24 anos, e seu pai Raimundo Pantoja, de Oeiras, na ilha do Marajó (PA).
Rayana diz que o PSA mudou a vida da família. “O projeto ajudou
bastante. A gente não esperava. Foi um motivo para não desistir de
produzir e conservar”, conta Rayana. A família possui propriedade em
ilhas no arquipélago, onde cultiva açaí, macaxeira, frutas e óleos, como
andiroba.
COMO PARTICIPAR
As
inscrições e os pagamentos anuais são realizados durante a vigência da
chamada pública, que vai até 31 de dezembro deste ano. Quem não receber
neste lote, ainda poderá ser beneficiado nas próximas etapas. Os
agricultores e agricultoras interessados ainda podem se inscrever nos
mutirões presenciais nos municípios ou pelo site do projeto. Para mais
informações sobre o projeto, clique aqui.
PARÁ É DESTAQUE
O
Pará é o estado com o maior número de provedores de serviços ambientais:
141 agricultores e agricultoras familiares e quase 6 mil hectares de
floresta mantida em pé. Em seguida, vem os estados do Amazonas, com 32
agricultores familiares e quase 3 mil hectares conservados. Outros
estados, como Acre, Amapá e Maranhão também têm provedores elegíveis.
Atualmente, os imóveis rurais estão localizados em 36 municípios dos
cinco estados. Para se tornar um provedor de serviços ambientais, além
de aceitar o termo de adesão, o agricultor ou agricultora precisa ter o
Cadastro Ambiental Rural (CAR). Além de ser o principal instrumento para
consulta e identificação das áreas elegíveis para participar da chamada
pública, o CAR é uma porta de entrada para o PSA pelo Floresta+.
IMAGENS DE SATÉLITE
O assessor técnico do Projeto, Pedro Bernardino, explica que o
compromisso em conservar a vegetação nativa é monitorado por meio de
imagens de satélite, além de consulta a sistemas de alerta de
desmatamento e bases oficiais de embargos ambientais. “O compromisso com
o cuidado e a conservação dos RVN nos pequenos imóveis rurais é
incentivado por meio do PSA, reforçando a importância do cumprimento da
legislação ambiental”, afirmou Bernardino. Ele também ressalta que
aqueles que mantiverem áreas preservadas seguirão recebendo o PSA nas
demais etapas de desembolso.
CONTA BANCÁRIA
O
PSA é feito diretamente na conta bancária informada pelo beneficiário no
ato da inscrição à chamada pública. O beneficiário recebe ainda uma
comunicação prévia do Banco da Amazônia (Basa) sobre o pagamento. “É
importante que o agricultor ou agricultora saiba que não há
intermediários e nem descontos e que qualquer dúvida pode ser respondida
pelas equipes do próprio projeto pelo WhatsApp, e-mail ou nos canais da
Ouvidoria, que estão informados no site do projeto’’, completou Pedro
Bernardino.
MULHERES FORTALECIDAS
As ações que envolvem PSA fazem parte da modalidade Conservação do
Floresta+ Amazônia que, além de apoiar quem protege a floresta, mantém
algumas prioridades estratégicas. Uma delas é o fortalecimento da
presença das mulheres. Neste primeiro lote de pagamentos, estão sendo
contempladas 84 mulheres (39%) e 134 homens (61%). Os números de
participação feminina estão alinhados e representam o compromisso do
Floresta+ com a equidade de gênero e os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Agenda 2030, das Organizações das Nações Unidas
(ONU).
CIDADES
Outra meta é
alcançar as cidades que fazem parte da lista de municípios prioritários
do Programa União Municípios, do MMA. A iniciativa faz parte do Plano
de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAm). No total, são 81 municípios prioritários, definidos pela
Portaria nº 1.202 de 2024 do MMA, que representam 78% do desmatamento na
Amazônia Legal. Neste primeiro lote de pagamento, mais de R$ 50 mil são
destinados para agricultores desses municípios.
100 MUNICÍPIOS
Desde 2024, as equipes locais do Projeto Floresta+ nos estados realizam
ações conjuntas para atendimentos presenciais e online em parcerias com
as secretarias estaduais de meio ambiente e agricultura familiar e
órgãos ambientais locais. Ao todo, mutirões com esses parceiros já
passaram por cerca de 100 municípios amazônicos oferecendo serviços de
orientação e inscrição ao Floresta+, bem como validação ou regularização
do CAR.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República