Foto: Divulgação / Arquivo O Candeeiro
Augusto Vasconcelos alerta que quase metade da população de Salvador vive em áreas de risco
O vereador e ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Augusto Vasconcelos (PCdoB), manifestou grave preocupação com os riscos enfrentados pelos moradores da capital baiana, sobretudo em períodos de chuvas intensas.
Segundo o vereador, quase metade dos soteropolitanos reside em áreas consideradas de risco, como os bairros da Liberdade, Subúrbio, Pau da Lima e Cabula. Nas últimas horas, após o alerta de nível máximo de atenção emitido pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), a cidade registrou 73 deslizamentos de terra, sendo 20 apenas na Liberdade.
Augusto declarou que as consequências das chuvas na cidade "estão se agravando em razão das mudanças climáticas e podem ter consequências amplificadas em razão do aumento da degradação ambiental, inclusive com a tentativa de venda de áreas verdes feito pela Prefeitura".
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a gravidade do cenário: Salvador lidera o ranking nacional de cidades com maior número de pessoas vivendo em áreas de risco, com 45,5% da população nessa condição. No Brasil, mais de 8,3 milhões de pessoas residem em áreas suscetíveis a desastres, segundo o levantamento.
“É urgente um grande plano para proteger os 45% de moradores de Salvador que vivem em área de risco. Aqui na Câmara, protocolei dezenas de requerimentos e projetos de indicação em torno desse assunto, mas boa parte desses pedidos foi ignorada. Precisamos garantir que a Prefeitura atue para que tragédias não se repitam”, ressaltou o vereador.
Vasconcelos também defendeu a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), instrumento essencial para o planejamento e a expansão urbana do município. O vereador destacou a importância da participação popular no processo, assegurando que as demandas da população mais vulnerável sejam ouvidas e incorporadas ao planejamento urbano.
Pela legislação, o PDDU deve ser revisado e atualizado a cada oito anos. Aprovado em 2016, o plano atual vence este ano, o que torna urgente o início das discussões para sua atualização. Segundo Augusto, a ausência de medidas estruturais, combinada com as desigualdades sociais, poderá agravar ainda mais as condições de vida de milhares de soteropolitanos nos próximos anos.
Por Raquel Torres