Barco brasileira venceu as duas regatas do dia (SSL Gold Cup / Divulgação)
Copa do Mundo da Vela: Brasil domina regatas da SSL Gold Cup e assume a ponta nas quartas-de-final
A Seleção Brasileira de Vela dominou as regatas desta quarta-feira
(29) das quartas-de-final da SSL Gold Cup, a Copa do Mundo da Vela. Com
as duas vitórias nas duas regatas do dia em Gran Canárias, na Espanha, a
equipe comandada por Robert Scheidt assumiu a liderança isolada do
Grupo 3.
A decisão dos dois classificados às semifinais será
nesta quinta-feira (30) e terá peso dobrado. O SSL Team Brasil soma 10
pontos, seguido por Austrália com 8, Portugal com 7 e Nova Zelândia com
5.
Após ficar sem velejar na véspera por falta de ventos, as
rajadas voltaram a bater nas Ilhas Canárias e as regatas foram
disputadas com média de 10 nós. Com largadas perfeitas, o Brasil
contornou todas as bóias em primeiro lugar, vencendo ambas de ponta a
ponta.
''Velejamos muito bem, conseguimos executar nosso plano
que era largar a sotavento dos outros barcos. Com isso, a regata clareia
e dá para velejar com bastante velocidade, e a Martine fez ótima
decisões táticas. Estou feliz com a performance do time'', comemorou
Robert Scheidt. ''Mas não tem nada definido! Amanhã (quinta) tem regata
valendo o dobro e precisamos ter a mesma atitude de hoje para ganhar a
vaga na semifinal. Estamos confiantes, porém os times que estamos
velejando contra têm ótimo ritmo e são nações de respeito na vela'',
completou.
Desde o procedimento de largada já era possível ver um
Brasil com mais atitude, e na maioria das vezes perto da Austrália, que
liderava até então a chave. As largadas de Robert Scheidt e equipe
foram à sotavento, ou seja, a borda do barco oposta àquela de onde o
vento sopra.
As decisões táticas corretas fizeram com que a
tripulação tivesse que olhar os adversários no retrovisor e fazer as
manobras limpas, sem erros. Deu tudo certo, como explica a bicampeã
olímpica Martine Grael.
''As decisões táticas foram fáceis
largando na frente! Conseguimos um largadão, Robert acertou o pin que
estava favorecido na esquerda e depois foi só proteger e colocar a proa
pra baixo! Liderando fica muito mais fácil'', disse Martine Grael.
Na
primeira regata do dia, a ordem foi Brasil, Austrália, Portugal e Nova
Zelândia. Na segunda, Brasil, Nova Zelândia, Portugal e Austrália. A
prova decisiva do grupo brasileiro deve ser realizada por volta das 8h30
no horário de Brasília.
Nesta quarta-feira (29), a Espanha
venceu mais uma e lidera sua chave com vantagem de 3 pontos para Itália e
Suíça. A Lituânia é a lanterna. Na chave 1, a Grã-Bretanha segue com
100% de aproveitamento e está praticamente classificada às semifinais
com 12 pontos deixando para trás Malásia, com 8, França com 7, e
Dinamarca com apenas 2 pontos.
Os alemães se recuperaram de um
início ruim e dividem a segunda colocação da série com a França com 8
pontos. Hungria segue firme na liderança com 10 pontos e o Chile é o
lanterna com 4.
O time brasileiro tem sido escalado com Alfredo
Rovere, Juninho de Jesus, Henrique Wisni, Henry Boening, Gabriel Borges,
Mario Tinoco, André Fonseca, Martine Grael e Robert Scheidt. Os
suplentes são Gabriel Kieling e Pedro Trouche.
Numeração
1 Alfredo Rovere
2 Juninho de Jesus
3 Henrique Wisni Gomes
4 Henry Boening
5 Gabriel Borges
6 Mario Tinoco
7 André Fonseca
8 Gabriel Kieling
9 Martine Grael
11 Pedro Trouche
10 Robert Scheidt
Semelhante
às principais Copas do Mundo em outros esportes, a SSL Gold Cup é um
evento de igualdade de oportunidades com barcos SSL47. O barco
brasileiro ganhou em 2022 o patrocínio da Sertrading, uma das maiores
empresas de comércio exterior do país, e da Subsea 7 S.A., que apoiam o
time, além da marca de mochilas e equipamentos para atividades outdoor
Allcatrazes. A união entre Sertrading e Subsea 7 S.A com a Seleção
Brasileira de Vela foi idealizada por Bruno Prada, companheiro de Robert
Scheidt nas medalhas de Pequim 2008 e Londres 2012, e CEO do barco
brasileiro.
Sobre a SSL Gold Cup - A SSL Gold
Cup reúne desde seu início 56 nações entre os membros da World Sailing
para coroar a melhor nação da vela a cada dois anos. Em um esporte
mecânico em que a corrida pela tecnologia pode atrapalhar a corrida pela
glória, a SSL busca uma competição igualitária, em que o talento dos
velejadores está na vanguarda, e os campeões se tornam heróis
inspiradores de novas gerações. A SSL é um evento especial da World
Sailing desde 2017.
Como na Copa do Mundo de futebol, as
primeiras rodadas de qualificação selecionam os times que avançam para
as fases eliminatórias. Todas as regatas são disputadas com flotilhas de
quatro barcos em cada, até as quartas de final. As equipes serão
colocadas em chaves, com os oito primeiros colocados garantidos nas
quartas-de-final.
Duas flotilhas de quatro competem nas
quartas-de-final para selecionar as quatro equipes que participam da
única regata da Grande Final. O vencedor da Grande Final será coroado
como a Melhor Nação da Vela. A SSL criou um formato inovador. E os fogos
de artifício ao final do evento prometem dar um desfecho dramático para
esta incrível competição global.
Por Flavio Perez