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Show gratuito celebra força e resiliência de cantoras negras da música brasileira no Pelourinho
No Brasil, onde a mulher historicamente é relegada a segundo plano, especialmente no cenário artístico, o projeto "Pretas Cantam Pretas" surge como uma poderosa resposta a essa marginalização. A mulher negra, ainda mais acintosamente, emerge como símbolo de resistência, especialmente na cultura e na música. O evento, marcado para o dia 24 de novembro, às 20h, no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, na capital baiana, presta homenagem a compositoras e intérpretes que moldaram a história da música no país.
Desde os sambas de Dona Ivone Lara nos anos 1960 até os estrondosos sucessos de Iza e Ludmilla na atualidade, as mulheres negras vêm conquistando seu espaço, mas a luta persiste. A iniciativa é uma exaltação a essas artistas revolucionárias, que resistiram e fizeram história na arte, abrindo caminho para as novas gerações. O projeto destaca a importância do Novembro Negro para a luta pela reparação e igualdade racial no Brasil.
Nomes como Dona Ivone Lara, Alcione, Elza Soares, Margareth Menezes e Sandra de Sá serão homenageados no show, que promete ser uma celebração à música popular brasileira. O repertório incluirá clássicos imortalizados por essas grandes intérpretes, como Jovelina Pérola Negra, Karol Conká, Lady Zú, Liniker, Ludmilla, Márcia Short, Mart'nália e Negra Li. O evento contará com a participação das talentosas cantoras baianas Savannah e Mariana Silva.
A proposta do projeto vai além da música, buscando promover a conscientização racial e ações sociais. O acesso ao show será mediante a doação de 1kg de alimento para a campanha "Bahia Sem Fome", do Governo do Estado da Bahia. Com direção musical da violonista Marília Sodré, o evento visa proporcionar entretenimento, cultura e abordar questões raciais, contribuindo para o combate ao racismo e fomentando a cultura para o público em geral e turistas que frequentam o Pelourinho.
O projeto se torna também um manifesto em prol da igualdade e respeito. Ao reconhecer o trabalho de cantoras negras pioneiras e oportunizar o talento de duas artistas em ascensão, Savannah e Mariana Silva, o projeto reforça a importância da arte na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Por Helder Azevedo