Psicólogo e Mestre em Psicologia Vladimir Nascimento/Foto: Arquivo O Candeeiro
ARTIGO - Combatendo o racismo estrutural = Por Vladimir Nascimento
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz em seu artigo primeiro que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. No entanto, na formação cultural brasileira há uma herança racista que inferioriza todos os que não estão assentados no "trono dos privilégios" da elite branca. Por isso, é indispensável combater essa hierarquização histórico-racial através de políticas reparatórias e preventivas.
Os povos africanos enfrentaram inúmeras barreiras após a escravidão, cujos efeitos permanecem até os dias de hoje. O racismo é real e um exemplo disso são as altas taxas de mortalidade desproporcionalmente enfrentadas pelos negros, que quando se entrecruzam com as desigualdades de gênero e classe social, potencializa ainda mais o assujeitamento da vítima frente ao dominador.
Porém, para combater o racismo não existem soluções superficiais. O Estado e a sociedade são convocados diariamente a romper com o pacto colonial através da implementação de campanhas antirracistas; efetivação de políticas educacionais de reparação histórica; e igualdade de oportunidades. Entretanto, é imprescindível que tais políticas públicas sejam elaboradas a partir de uma análise crítica da sociedade, sem naturalizar e/ou individualizar os processos.
Ou seja, para combater o racismo faz-se necessário intervir através de práticas contraculturais, criando estratégias que tenham como base a Declaração dos direitos humanos. Porém, tão importante quanto intervir é prevenir. Através de ações com o público infanto-juvenil pode ser possível ruir as vigas mestras do racismo estrutural. É como se tal ferramenta fosse uma agulha invisível que costurasse ideias de benevolência e respeito no desenvolvimento psíquico do indivíduo em formação. Essa é a direção da corrente que a sociedade deve seguir, apesar dos contrafluxos que certamente se apresentarão.
Vladimir de Souza Nascimento
Psicólogo, mestre em Psicologia (UFBA), autor do livro DIFERENÇAS e Palestrante.
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