Marcelo inicia temporada no final deste mês em Melbourne (Fotojump)
Marcelo Melo viaja em voo fretado e enfrenta rígida quarentena na bolha do Australian Open
Por Doro Jr. e Deborah Mamone
O Australian Open deste ano foi adiado em algumas semanas e será
disputado entre 8 e 21 de fevereiro no calendário divulgado pela
Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). E para viabilizar a
realização do primeiro Grand Slam da temporada na Austrália, em meio à
pandemia da Covid-19, rígidos protocolos foram definidos para receber os
tenistas em Melbourne. A começar pela chegada ao país, que será em voos
fretados, apenas com a presença de quem estará no torneio.
O
mineiro Marcelo Melo viajará nesta quinta-feira (14) para Melbourne, em
voo fretado saindo de Dubai, nos Emirados Árabes. Os australianos querem
tomar todos os cuidados para que os estrangeiros não entrem com o vírus
no país. O qualifying, inclusive, foi programado para Doha, no Catar,
para que a circulação de pessoas comece apenas com a chave principal.
“Estamos
seguindo as orientações do torneio sobre o voo. Vamos sair de Dubai, em
avião fretado para os jogadores. Estão organizando para que todos
partam juntos para Melbourne. E aí facilita muito a entrada lá”, afirma
Marcelo, que tem o patrocínio de Centauro, BMG e Itambé, com apoio da
Volvo, Head, Voss, Foxton, Asics, Bolsa Atleta e Confederação Brasileira
de Tênis.
Desde o começo do ano, Melo está em Mônaco, dando
sequência à pré-temporada iniciada no Brasil, em Belo Horizonte (MG). De
Monte Carlo ele seguirá para Dubai e, então, para a Austrália. Lá
jogará dois torneios: um ATP 250 e o Australian Open, ambos em
Melbourne, formando dupla com o romeno Horia Tecau. Seu novo parceiro a
partir deste ano, o holandês Jean-Julien Rojer, será pai em fevereiro e
não viajará para a Austrália. O ATP 250, preparatório para o Grand Slam,
começará no dia 31 deste mês.
Serão 14 dias de uma rígida
quarentena a partir da chegada no país. “Durante a primeira semana vamos
treinar eu e o Horia. Não podemos ter contato com mais ninguém. Na
segunda semana, será permitido o contato com mais uma dupla. Conversamos
com o Mate Pavic e o Nikola Mektic e vamos treinar junto com eles. Mas
só podemos treinar com eles e sem contato com mais ninguém fora desse
grupo, somente os quatro”, explica Marcelo.
Apenas cinco horas diárias fora do quarto
Segundo as orientações enviadas aos tenistas, eles só poderão ficar
cinco horas por dia fora do quarto do hotel. “Essas cinco horas incluem
atividades como o treino, a parte física, a fisioterapia. Pelo que
entendi a organização do Australian Open é que vai decidir os horários
que poderemos ficar fora. No restante do dia somos obrigados a
permanecer no quarto. E sem contato com outros jogadores fora do nosso
grupo, dois e depois quatro. Realmente muito restrito nessas duas
semanas, pelas condições que a Austrália está. Parece que em Melbourne
estão nulos os casos. Não querem correr o risco de levar o vírus para
lá. E entendemos todos esses cuidados”, observa.
“Depois dos 14
dias, aí poderemos circular livremente por Melbourne, escolher nosso
hotel, voltar ao normal, sem essa rotina das duas primeiras semanas. Já
outras restrições, durante o torneio, só vamos saber chegando lá. E tem
um número específico de convidados, praticamente pode levar um cada um.
Parece que só entram mil pessoas na Austrália”, completa Marcelo.
Recordista em títulos e semanas no topo do ranking
Recordista
brasileiro em número de títulos, com 35 conquistas, e também em semanas
no topo do ranking da ATP – 56 -, assim como em participações no ATP
Finals – completou oito seguidas em 2020 -, Marcelo somou mais um
recorde ao chegar a 500 vitórias, na estreia no ATP 500 de Washington,
em julho de 2019, passando a ser o 35º jogador de todos os tempos a
atingir essa marca.
Entre 2017 e 2018, Marcelo ficou 30 semanas –
25 consecutivas - como líder do ranking mundial individual de duplas da
ATP (13 semanas em 2017 – terminando o ano como número 1 - e 17 semanas
em 2018). Antes, ocupou a liderança pela primeira vez em 2015, por 22
semanas, também virando o ano na frente, e voltou ao primeiro lugar por
mais quatro semanas a partir de maio de 2016. Único brasileiro na
história a ser número 1 do mundo em duplas.
Em 2020, no México,
no ATP 500 de Acapulco, o mineiro Marcelo conquistou o 34º título da
carreira, o 14ª com o polonês Lukasz Kubot, e no mês de outubro, no ATP
500 de Viena somou o 35ª da carreira, 15º com Kubot. Pelo 14º ano
consecutivo comemora no mínimo um título por temporada. Juntos, Melo e
Kubot ganharam pelo menos um torneio por ano desde 2015.
Dos 35
títulos, todos em duplas, dois são Grand Slam – Roland Garros, na França
(2015) e Wimbledon, em Londres (2017) e nove Masters 1000, além de nove
ATP 500 e 15 ATP 250.
Vinte e duas vitórias em 2020
Melo
e Kubot somaram 22 vitórias em 2020, na estreia no Australian Open e no
ATP 250 de Adelaide, na Austrália, duas no Rio Open, quatro em
Acapulco, uma no Masters 1000 de Cincinnati, uma no ATP 500 de Hamburgo,
uma na estreia em Roland Garros, três no primeiro ATP 250 e uma no
segundo em Colônia, quatro em Viena, duas em Paris e uma no ATP Finals.
Marcelo, 37 anos, e Kubot, 38 anos, formaram parceria desde o início da temporada 2017, encerrada no final de 2020. Antes, jogaram em torneios como o ATP 500 de Viena, em que foram campeões em 2015 e 2016.
Em 2020, Melo e Kubot terminaram como a sétima melhor parceria do ano, com 2.340 pontos. No ranking mundial individual de duplas, pela oitava temporada seguida, Marcelo ficou entre os Top 10. No ano passado, foi décimo. Em 2019, sétimo. Em 2018, nono do mundo, primeiro em 2017 e 2015, oitavo em 2016 e sexto colocado em 2013 e 2014.O primeiro título de Marcelo em torneios ATP foi em 2007, no Estoril, em Portugal. Tem dois Grand Slam, além de um vice em Londres (2013) e um vice (2018) e duas semifinais no US Open. Marcelo também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Xangai 2018 chegou ao nono, depois de ganhar Xangai (2013 e 2015), Paris (2015 e 2017), Toronto (2016), Cincinnati (2016), Miami (2017) e Madri (2017).
Temporada 2020
Título
ATP 500 - Acapulco (México), rápida
ATP 500 - Viena (Áustria), rápida
Vice-campeonato
ATP 250 - Colônia (Alemanha), rápida
Temporada 2019
Título
ATP 250 – Winston-Salem (EUA), rápida
Vice-campeonato
Masters 1000 – Indian Wells (EUA), rápida
ATP 500 - Halle (Alemanha), grama
ATP 500 - Beijing (China), rápida
Masters 1000 - Xangai (China), rápida
ATP 500 - Viena (Áustria), rápida
Fonte: ZDL Sports