Psicólogo e Mestre em Psiocologia, Vladimir Nascimento / Foto: Arquivo O Candeeiro
ARTIGO - SOBRE A VIDA… Por Vladimir Nascimento
A vida de ninguém segue uma linha reta, como se tudo fosse programado ou determinado para seguir um roteiro pré-estabelecido. Aliás, se assim fosse, tal processo nem poderia ser chamado de viver. A vida por si só é imprevisível, por mais cauteloso que possa ser o mais obsessivo dos precavidos.
Por não seguir uma linha reta, a metáfora que melhor pode representar o curso da vida é a de uma montanha russa. Em segundos, você pode passar da sensação de “tranquilidade” na subida, ao desespero e pavor no declive. Da mesma forma, em segundos nossa vida também pode mudar; e às vezes de forma radical. Seja a partir da descoberta do acometimento de uma grave doença, seja por um acidente sofrido, por uma perda repentina de um ente querido, pela descoberta de uma traição amorosa, seja por uma demissão de um trabalho que julgávamos estável… Evidente que ninguém quer sofrer ou passar por adversidades. Mas isso é inerente ao ser humano, está arraigado à vida humana desde o ventre materno. Seja por qualquer infortúnio, a vida tem essa “liberdade” para nos abordar em qualquer etapa da nossa vida.
E isso independe de condição social, conta bancária, profissão ou quaisquer outros atributos. Da mesma forma, a vida também pode nos surpreender positivamente com a recuperação da saúde após uma doença crônica que tínhamos como incurável, ou com a inesperável gestação de uma criança, ou com o reconhecimento e promoção de um cargo melhor no trabalho.
Não obstante, independentemente da vida nos apresentar surpresas boas ou ruins, é sempre importante lembrar: elas são passageiras. Obviamente que os infortúnios podem nos deixar sequelas físicas e/ou psicológicas, porém no estágio e condição que estivermos existe a possibilidade de ressignificar nossa vida a partir dessa nova condição.
A vida pode ser recomeçada a cada novo dia: Quantas pessoas dão uma guinada positiva após se recuperar de uma doença? Quantos parceiros descobrem um novo sentido para a vida após um separação? Da mesma forma: quantos funcionários depois de promovido, mesmo ganhando mais, reconhecem que antes tinha menos dinheiro, porém mais tempo para a família? Quantos ficam ricos, mas reconhecem que eram mais felizes antes porque, mesmo com poucos recursos financeiros, tinha paz?
Felicidade é diferente de alegria. Alegria é efêmera, passageira. Felicidade é reconhecer o sentido e a importância de estar vivo. Felicidade é entender que as adversidades e as surpresas boas da vida não nos fazem pior nem melhor que ninguém. Felicidade é não esquecer o propósito de contribuir para um mundo melhor, independentemente da profissão que tenha.
Um psicólogo que trabalha com pacientes em fase terminal escreveu em seu livro que o maior arrependimento dessas pessoas foi não ter aproveitado as coisas mais simples e gratuitas que a vida oferecia diariamente. Diferente deles, espero que tenhamos esse reconhecimento antes que a vida nos apresente alguma surpresa.
Vladimir de Souza Nascimento
Psicólogo, mestre em Psicologia (UFBA), autor do livro DIFERENÇAS e Palestrante.
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